O advento dos inibidores de protease, aumentando a sobrevida dos pacientes infectados com HIV aumentou a procura destes pacientes por médicos otorrinolaringologistas, já que 40% a 70% deles podem apresentar alguma alteração otorrinolaringológica. OBJETIVIVOS: Objetivamos, nesse estudo, comparar os achados radiológicos e sintomatologia nasossinusal entre pacientes infectados com HIV e pacientes com AIDS, com rinossinusite crônica. A literatura sobre o assunto é revisada e discutida. FORMA DE ESTUDO: clínico prospectivo com coorte transversal. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Prospectivamente, 39 pacientes em uso de drogas antiretrovirais foram divididos em 2 grupos: pacientes com diagnóstico de AIDS (grupo I) e aqueles apenas infectados pelo HIV (grupo II). Estes grupos foram comparados clinicamente, quanto à contagem de células CD4+ e avaliação tomográfica dos seios paranasais. RESULTADOS: Os pacientes dos grupos I e II apresentaram média de células CD4+ de 118 cél/10-9l e 377 cél/10-9l, respectivamente. Na comparação dos achados tomográficos pelo sistema de Lund e Mackay, o grupo I apresentou escore médio de 12 e o grupo II apresentou média de escore de 5,63 (p<0,001), sendo a febre e a secreção pós-nasal mais prevalente no grupo I (p<0,001). CONCLUSÃO: A prevalência da sinusite crônica nos pacientes infectados pelo HIV foi de 12%. Os sintomas da rinossinusite foram similares nos pacientes sem AIDS e com AIDS, com exceção da presença de febre. Os pacientes com AIDS apresentaram alterações radiológicas mais extensas do que os pacientes HIV positivos.
The advent of protease inhibitors, which enhances the survival rate of HIV-infected individuals, leads patients to search for otorhinolaryngologists, as 40-70% of them may present some sort of otorhinolaryngological disorder. AIM: We aimed at comparing the CT scan findings and the nasosinusal complaints of HIV-infected and AIDS patients with clinical diagnosis of chronic rhinosinusitis. The literature on the subject is revised and discussed. STUDY DESIGN: clinical prospective with transversal cohort. MATERIAL AND METHODS: Prospectively, 39 patients with chronic rhinosinusitis, in use of antiretroviral therapy, were included in the present study and divided into two groups: patients with diagnosis of AIDS (group I) and those infected by HIV (group II). Clinical and laboratorial assessments, with CD4+ cell count and CT evaluation, were performed and compared among groups I and II. RESULTS: Group I and II presented mean CD4+ cell count of 118 cells/10-9l and 377 cells/10-9l, respectively. Comparison of the tomographic findings by the Lund-Mackay staging system presented a score of 12 for group I and 5.63 (pd"0.001) for group II. Fever and postnasal discharge were more prevalent in group I (pd"0.001). CONCLUSIONS: In our Service, prevalence of chronic rhinosinusitis in HIV-infected patients was 12%. AIDS patients had a higher incidence of fever and postnasal discharge than those of group II. Moreover, extensive radiological findings were prevalent in patients with AIDS (group I) than in HIV-infected individuals (group II).